Esta será considerada oficialmente a nossa primeira newsletter, já que semana passada foi uma introdução. Let’s start! Indico que você ouça, enquanto lê esse post ou depois, a música Thoughtful, do artista 2Flow.
Imagem de adamkontor por Pixabay
Fazia tempo que eu não pegava um livro físico para ler. Nesses últimos tempos, tenho dado preferência aos virtuais, que são mais fáceis de carregar e que eu me adaptei muito - e hoje já não vivo sem meu Kindle. Mas ao ler um no último fim de semana, me deparei com a frase que bateu em cheio em mim:
Sentir a vida.
Na mesma hora parei. Sabia que mesmo que estivesse tentando com todas as minhas forças nesses últimos meses, ainda era algo que eu não estava fazendo - e eu era (sou!) totalmente consciente disso. Mesmo que não faça nenhum sentido colocar as palavras "sentir" e "força" na mesma frase, é exatamente isso que eu tenho feito: Tentar sentir a vida, com todos os sentidos. Meus cinco, meus seis sentidos, ou até com aqueles sentidos que desconheço.
Chove agora enquanto escrevo essas palavras. Lembro que tomei um pouco de chuva ao sair da escola e chegar ao carro. Não lembro de ter sentido a chuva.
Almocei num lugar muito legal no último feriado. A comida lá é uma delícia. Comemos carne assada, creme de mandioca e churros. Não lembro de ter sentido o sabor da comida. Nem o cheiro do lugar.
Depois desse almoço, subimos num deck com uma vista muito bonita da cidade de São Paulo. Era enorme, tinha um binóculo daqueles de filme, e deu para ver tudo de pertinho, até mesmo a roda gigante que inaugurou no centro não tem muito tempo (e que eu quero ir!). Só não lembro mesmo de parar e de ter curtido a paisagem. De ter curtido o vento batendo no meu rosto. De ter realmente apreciado aquilo, embora era para apreciar que eu estivesse lá.
Sei que não é só eu, por isso tive vontade de compartilhar com quem me lê. Também sei que, de uma certa forma, estamos um pouco cansados de ouvir isso por aí, tanto que já até virou clichê. Mas ainda penso ser importante bater um pouco mais nessa tecla.
A gente se acostumou a fazer tudo muito rápido, pra ontem. Parece até que passamos a vida inteira sem aproveitar, sem curtir, não é? Sem SENTIR A VIDA...
Sentir, com os nossos sentidos, as coisas que estão ao nosso redor. Observar as coisas com atenção. Sentir o cheiro do mato, do café ou do perfume de quem amamos. O toque do abraço do nosso filho/mãe/pai. O gosto daquele bolo gostoso que tanto queríamos comer e que devoramos em meio minuto. Ouvir a chuva caindo, o avião passando no céu e os pássaros brincando lá fora.
Eu podia aqui fazer um compromisso comigo mesma de que a partir de hoje eu sentirei a vida, independente do que aconteça. Mas não. Não que eu não queira fazer isso - e eu vou - só que sentir é o tipo de coisa que não pode ser aquele "tem que fazer isso, tem que fazer aquilo". Sentir é sentir. Sem compromisso. Sem marcar um check no final da listinha de tarefas. Não é obrigação. É sensação. E é muito mais simples do que pode parecer.
Aliás, não estamos todos bem cansados desses “tem quê..”?? Hoje em dia é assim: se você decide se casar, você tem que uma série de coisas. Se decide ter filhos, você tem que outras tantas. Se você é uma pessoa separada, você tem que isso e aquilo… Se trabalha fora, se não trabalha fora, se segue uma dieta carnívora, se segue uma dieta vegetariana…. Eu poderia ficar horas aqui lembrando de que cada decisão que tomamos hoje em dia nos forçam a entrar numa caixinha de tem quês infinitos e desgastantes…. E a verdade, nua e crua, é que você não tem que fazer nada daquilo que não te faz feliz. Quer fazer, faz. Não quer, não faz. Não é porque todos estão fazendo que a gente precisa também (e, o contrário, também vale: não é porque todos estão fazendo que você não vai fazer só para ser o “do contra”!)
Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay
Aqui, essas duas últimas semanas foram um tanto quanto cansativas e atribuladas. Uma tentativa atrás da outra de manter as coisas leves, em muitos momentos sem sucesso, que me levaram a entender que tudo bem se não der para ter leveza 100% do tempo: é a vida acontecendo!
É natural - e até saudável - que tenhamos semanas mais difíceis ou mais pesadas. O que eu aprendi com isso foi, simplesmente, respirar - e tentar ser como uma boia em um mar cheio de ondas: boiar e deixar que elas passem (para que elas não me derrubem e me destruam). Se fizer sentido para você, tente, na próxima onda brava que a vida te trouxer, boiar ao invés de tentar ser uma rocha inquebrável ou um muro intransponível. Pois, sinto lhe dizer - ninguém de nós somos! E a onda brava do mar pode acabar com você se você tentar.
Nos dias fáceis, caminhe com leveza. Nos dias difíceis, boie no seu mar de ondas. Vai por mim.
E se você gostou dessas palavras, me deixe saber! É só responder esse e-mail.