Escrever sobre tristeza, conflitos ou saudades costuma ser bem mais fácil pra mim. Não que eu só tenha tido isso na minha vida (sinto que sou até bem privilegiada), mas porque qualquer pessoa que se aproxima (ou já passou) dos 40 viveu muito disso.
Hoje, contrariando as minhas facilidades, decidi falar sobre as relações. Qualquer delas. Relacionamento entre seres humanos. Para alguém que sempre buscou profundidade, não é, nem de longe, uma tarefa muito fácil (e é lá, nas profundezas, onde mora o Obscuro, o Pesado e o Dramático, três velhos amigos meus que não vê intimidade alguma com a leveza).
Seria ser leve nas relações algo possível, assim, neste contexto?
Foi em um dos meus primeiros textos aqui que escrevi que a leveza começava dentro da gente. Não tinha como vir de fora, nem esperar leveza no corpo, por exemplo, quando não a se possui na alma. Mas quando algo depende não só de você (relacionamentos são entre duas - ou mais - pessoas, certo?), como garantir que isso vai ser leve?
Como garantir, também, que será equilibrado e bom, quando não existe só você ali?
Hoje, não trago aqui as minhas verdades, porque não as possuo, nem mesmo trago uma fórmula ou solução à seguir, porque não estou seguindo nenhuma. E, dito isso, talvez (e só talvez) consigamos nós, os “profundamente pesados”, entender que deixar o relacionamento acontecer, sem tentar controlar o que a outra pessoa faz ou sente, e também sem direcionar o desdobramento de ações e falas que temos dentro dessas relações é onde mora a leveza neles.
Imagem de RENE RAUSCHENBERGER por Pixabay
Independente do que o outro faça ou pense. É sobre como você se posiciona.
Estar aberto ao outro e não controlar o que vai, ou se vai, acontecer… Já viram o quanto isso tudo pode ser tão belo?
(Não… Nunca foi fácil… Mas tem compensado!)
Um beijo!